segunda-feira, 13 de abril de 2020

Zé sem jeito

Não tem jeito, não, né, Zé
Deixa comigo, aquieto e aceito
Não vou descer ao teu nível
Nem decair a tua provocação
Somos de níveis diferentes, mané
A minha mão não vai se sujar com tua tinta
O teu projeto não empana a minha pinta
Tem jeito não, ne, Zé
De onde falas nunca estive
Nem desejo
Não mandes beijos 
dos andares que possuis
Tua altura se atinge com o barro
E o escarro da classe que pensas
Pertencer
Pode humilhar
Até rir do meu talento
Pois o que trago no meu bisaco
Não te alcança
Trago minha voz
Minha disponibilidade
Generosidade, algum talento
Pra te ensinar 
Te propor algum caminho
Sem pedir nada em troca
Talvez apenas respeitosa Atenção
A minha mão…

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