quinta-feira, 9 de abril de 2020

Dupla face da coroa

A coroa é símbolo ancestral
Expressão do fausto, da nobreza,
Do sangue azul, da descendência nobre
Ao olhar do ingênuo: divinal beleza.
Entanto, objeto de raro simbolismo
Tantas vezes esconde só a vileza.

Aparentemente contraditórias
Duas versões deixam faces nuas
Que equiparam o ser humano ao verme
Onde lê-se poder, leia maldades cruas
Vozes e atos que endeusam a ignorância
E ameaças mortais que esvaziam ruas.

Silêncio de vírus é ameaça concreta
Furtiva, invisível, ladina e real
É coroa por feição, formato, estrutura
Com que se apresenta afinal
Em humano é adereço ou idéia
Que sobe a cabeça e inspira o mal.


(Edson de França, 06/04/2020)

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