O jornal impresso é um
meio de comunicação caduco. Decrépito mesmo. Vem mal das pernas desde que os
meios eletrônicos tomaram de vez a vanguarda jornalística. Processo baseado na
técnica que tirou dos jurássicos diários de papel a primazia da informação
quente (o “furo”) e da opinião que influenciava as massas.
Dilema
instalado coube aos amantes do papel-jornal, do burburinho das redações e do
barulho das rotativas procurar soluções editoriais para garantir sobrevida ao
jornal. Infelizmente, ao que parece, sem sucessos dignos de nota.
Do mundo acadêmico emergiu a solução da recorrência ao
estilo interpretativo, uma forma ousada de incorporar à produção jornalística o
incremento da investigação e da narrativação contextualizada. Solução que,
infelizmente esbarra nas fragilidades estruturais e financeiras das nossas
empresas e na falta de profissionais para formar equipes competentes para
produção. Além, claro, da previsível pouca aceitação dessa forma de jornalismo
pela população, notadamente “indisposta” a leituras mais contextuais.
O jornal impresso é um meio de comunicação caduco.
Decrépito mesmo. Vem mal das pernas desde que os meios eletrônicos tomaram de
vez a vanguarda jornalística. Processo baseado na técnica que tirou dos jurássicos
diários de papel a primazia da informação quente (o “furo”) e da opinião que
influenciava as massas.
Na
seara das corporações midiáticas as soluções passaram pela transformação dos
jornais em espaços promocionais tipo assine-e-leve um brinde e, finalmente, pela
decadência contextual que deu vida aos tablóides sensacionalistas que invadem
as praças de quase todo o país.
Como
se vê duas soluções opostas. Uma prezando pelo aspecto editorial de conteúdo e
a outra pelo aspecto mercadológico.
As duas soluções, contudo, se afinam em um ponto: o alvo
é o público médio consumidor de informação jornalística. É ele o perseguido, em
prol de quem se fabrica informação jornalística. Um público que não tem
exatamente uma cara, mas que tem um perfil médio, medido a força de suposições,
pré-conceitos ou números suspeitíssimos (porém, objetivos como todos os
números) sobre desejos e aspirações informacionais bem medianas.
Um
– o acadêmico – querendo investir na subida do nível cultural do publico
através da informação. Paradigmaticamente, buscando a valorização conceitual da
capacidade cognitiva de apreensão, compreensão e criticidade. O outro, por pura
razão de sobrevivência, detectando e explorando no público seus mais gostos
mais bizarros, seu analfabetismo funcional e a pressa do mundo moderno que
desconsidera reflexões mais contextuais e aprofundadas.
Quando
as coisas chegam ao ponto de detectarmos extremidades inconciliáveis é tempo de
novas proposituras. Nelas talvez esteja a solução para dilema do jornal
impresso – quiçá ate do velho jornalismo como um todo. Envelheceram juntos o
jornal impresso e o jornalismo. Não importa qual a plataforma usada o fato é
que a prática jornalística está sendo posta em cheque a cada fim de ciclo.
O
que se esperar, então, de cada nova edição impressa? Que papel cumpre hoje
instituição jornalismo que, de uma forma ou de outra, formatou o perfil do
cidadão no mundo industrial e serviu de fomento às sociabilidades modernas? As
novíssimas plataformas são o suporte ideal para a prática de jornalismo digno
às aspirações dos cidadãos de um mundo que se mostra cada vez mais complexo?
Caímos por fim numa era de voracidade informacional que desabilita o cidadão de
ler seu próprio tempo? Será que essa leitura não é mais necessária, uma vez que
a necessidade básica é consumir e descartar, sem digerir, sem matutar, sem
ruminar ?
Perguntas
para profissionais. Perguntas para especialistas. Perguntas para estrategistas.
Não importa o nível de qualificação de um ou outro. O que importa,
fundamentalmente, é estarmos todos atentos para as qualidades, defeitos e
potencialidades das edições do amanhã.
por Edson de França
Nenhum comentário:
Postar um comentário