terça-feira, 1 de maio de 2007

Tempo da bolha de sabão (poema)

Tempo, tempo, tempo!
O que me deves? Nada?

O que realmente me dás
Ó tempo de lamúrias e lantejoulas?

Em que precipícios te beijo, ó tempo?
Em que esquinas, por entre as pálpebras, me escapas?

Talvez, talvez, talvez,
Calejado tempo,
Eu é que deva a ti.
Devo a ti o medo...
da morte, do principiar, do dessemelhante...

Medo que já não devo ter,
nem requisito o direito de domá-lo.

Devo a ti um minuto intacto do meu dia inútil.

Quem sabe, a ti, deva um segundo
um daqueles bem dispensáveis
, só ele, mais nada, de atenção
às tuas fanfarronices...

Penso, a ti, deva essa bolha
em suspensão, animada e breve.

No mais, isso aqui é só um olhar de criança

Nenhum comentário: