sábado, 21 de abril de 2007

Ilimitados (poema)

Poemas não começam no começo
Nem se encerram no fim...

O poema é feito do inexaurível.
Do incontido nas gentes e nas coisas

O poema cheira a brotos, nascituros,
filhos de toda a raça,
belezas em formação...
Coisas de beijar pela novidade.

Mas, os poemas,
nossos camaleões léxicos,
crias do ninho da indignação,

Tem de conter de putrefação,
esmaecer de carnes,
ocasos, perdas ...
.inconclusões.

O poema não tem que ser heróico, épico,
conformista, trágico,
moral, bonitinho,
desonestidades de fim de semana.

qualquer elo que o aprisione, dome,
ou bestialize.

Os poemas tem que ser ilimitados,
assim... como não devem boiar
na superfície das palavras.

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