dias de terra e poeira
vermelha como o sangue vertido
mulheres sãs em modelitos de antanho
jovens, new look, vitrine viva
de um tempo particular
procissão de bicicletas
num culto a velocidade e ao ruminar dos dias.
olhai, amigo,
olhai não apenas o campo desnudo
com suas distâncias a perder de vista
seus longuíssimos horizontes
parecendo desabitados.
olhai a liga humana que o compõe
que se esconde em suas dobras, caminhos,
curvas, verde ralo, mata espessa e cinza,
casebres malanjambrados e esconchos.
olhai,
olhai o vigor, a força, a beleza
e a esperança e o contentamento
dessas gentes, amigo,
também a se perder de vista.
Impulso/1997
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