Estrelas não caem do céu.
Elas brotam do chão, vez em quando,
como flores.
São únicas, inimitáveis,
raras tão somente.
Solitárias.
A terra as retém e é-lhes estéril,
suga-lhe o sumo e o viço da entrega.
Pela perenidade de apego,
de compreensão, de seiva humana,
a hostilidade campeia ao seu redor.
Frágeis,
da natureza das flores,
em pedra sobre pedra,
apedrejando-se qual masoquistas,
artifices da inglória arte do conviver.
Caem, decerto,
mas se revigoram
e brilham sob o olhar de toda a gente.
Como místicos vagalumes, andaluzes,
ciganos da noite e do dia,
sobrevivem para o espanto geral.
Quando se vão
o amálgama luminar
de beleza e vida e cor e voz
que as definiu
mora no éter,
eternizando-as.
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