quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Quando escuto a minha aldeia


É devedê, o som! O som da Spris invade meu cafofo legal. Sente. Sente como treme as parede. Doida e gostosa... a doida. A Brity Spris... sabe do que falo? Dizem, por aí... usaro um tal de fotochópi nos crip. Credito não, meu irmão! Fotochópi? Sei marromeno o que é. Óia, é assim, você leva uma “quenga véia” pros estúdio das foto. Ah, tu quer saber o que é “quenga véia”? Um troço estragado, assim, uma Maria Pêra uma Bete Farinha, sacou? Ou mió, uma Bebe Amargo. Pronto, sacou, coisinha véia dessa espece.

Poi bem, os cara tira as foto. Adispois vai oiá e num dá outra: pelanca só. Mas num tem problema pros cara das revista. Eles tem a fórmica de tranformar tudo. Eles leva as foto pra outra máquina... uns computador, sabe (?), e fai umas prástica. Não no coipo, não, nas foto! Dize qui as maquina é capai de fazer Glora Pire... sabe a Norma da novela, pois bem... dize por aí que abasta uns toque de butão qui ela é capai de ficá a cara e o coipo, craro, da Creo...saca a Creo, fia dela cum Fabo Juno? Lá, nos laboratoro, eles vão tirano as ponevrose, jeitano as cara véia, os botoc e a peça fica GG, joinha, joinha, entendeu? Ponevrosa? é o mermo que pelanca, aquelas parte que não se come e qui a gente tira da carne cum faca fina pra ela ficar de primeira. Já trabaiei in matadouro!

Suburbo? O que é isso? Ah, se é isso mermo... essa coisa de ser pobre, fudido, morá mal e longe dos centro... eu sou, sou!... Tai ouvino som? Num intendo porra ninhuma do que essa nega canta. Meu ingrês é esse mermo que nós ouve, aprende dos gringo e fala. Adispois, tem os dicionáro de duas língua para quebrar os gai maior. Uns ailóveiús, uns emetivi, uns brodér, uns joni alque, uns oldete... o que preciso, sabe? Me mantém grobalizado, sacou? O ingrês é a língua da moda, num é? Dize por aí que pra se dá bem no mundo grobalizado é preciso saber ingrês.

É isso mermo, o chinêi também? É... eu ouvi dizer lá pelas banda do porto qui aprendê chinêi é da hora! Dixero até qui um dia vai haver uma invasão de china puraqui! Dixero que vem aos pouquim... uns produtim. Uns celular de doi chip, uns cavalim boiola rodano in volta dum pau. Tu já viu? Passa ali na frente... na Apitácio que tu vai vê!... Daqui a pouco vamo dividir té os barraco com eles... os china. É... mais num mundão desses onde já vi té alumão na Ramadinha, tudo pode acontecer. Acho que é mermo, visse... já tem chinês na favela em nos prédio do centro e levando o rapa da guarda municipá. Siná dos finá dos tempo, né não?

Grobalização? Pra mim é andar organizado. Assim..., sei não..., como é que eu digo..., nuns pano de responsa, ané nos dedo, uns pisante legal... brinquin não, que não sou feme, uns palavriado em ingrês... uns caquiado. Prontin, grobalizado. Quando o minino lá de riba, deus, num sabe(?) mandar bons tempo, compro um carrim pra incrementá... ai tunu o bichin... umas caxa de som, essas coisa, apararei de devedê pra ouvir uns forró..., fazê uns precateado, pegá umas nega! O que? Mulhé? Pra tu saber, chega cá... cum meu jeitin assim já paguei até universitara! Pensano o que???!!!!!!!

por Edson de França

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