sexta-feira, 30 de maio de 2008

Abraço aos nômades

Gente de passagem, passageiros
Como beija-flores batendo asas
Até atingir a evanescência

Gente que nos olha, e chora
E ri dos mesmos motivos
Que nos move e aproxima

Gente que abraça, e beija a boca
E sai feliz, numa celebração de vida
Anima de pirata que nos saqueia
com carinho, malícia

Gente que nos penetra
Com sua alegria, seus cuidados
Suas atenções descompassadas e ilógicas

Gente que nos recebe, e
Traz o copo d´água do pote
Bendita pela amizade e pelo encontro

Gente que vem, e vai
Exultantes, exulberantes
Como a aparição do arco-iris
Numa dessas tardes gris.

Esperando

Paramento-me
Espero a tempestade
Como um copo, um acorde solto,
Sem solução, ou melodia vaga

Há solidão e solidez do segundo impenetrável
Nenhuma carícia, riso, aceno
ou prenúncio favorável

Sob a pele, ainda, um argumento chulo
Como uma fonte pétrea, uma luz mortiça
Que parcamente ilumina...

(De pele, essa couraça de repelir lágrimas)

Choro, enfim, por dentro
Como um rio que transborda, sangra e fere
Essas margens imaculadas.

domingo, 20 de abril de 2008

Inacabado

Talvez
o que a gente chama de amor
seja só
cumplicidade da carne
e da dor
se nao se (nos) pertencer

eu e você
somos sós
um retrato de nós
enredados na irrealidade
dos nossos lençóis.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Frase

Fiquemos com Oscar Wilde...

"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe".

Esperança

Leituras icônicas das imagens. Algumas delas, pela composição, valem mais que as mil palavras desperdiçadas em discursos vazios.

Balula


"Viver e não ter a vergonha de ser feliz"... de assumir posições e condições. Negro, homossexual, envolvido com o Movimentos negro e homossexual, João Balula era uma dessas personalidades, de seu modo particular, marcante. Arauto da cultura popular, artista plástico a frente das alegorias de sua Malandros do Morro, compositor, ator... múltiplo. Se foi... deixa (de fato) uma lacuna... Sua passagem pela vida "deveria servir de exemplo pra esses nego pai joão" que andam por aí. Valeu, João!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Banda Podre

Fiz 42 anos. Entre bem e mal vividos dias, cheguei incólume a essa data. Me sinto como Drumond: 40 anos vividos e nenhum problema resolvido, sequer colocado. Também não sei se quero ver resolvidas algumas coisas. Gosto do meu jeito, amo o que consegui até aqui. Vivo como Deus manda e minha consciência dita. Não tenho do que lamentar, perdas ou outras coisas. Sigo em frente, amando amar a vida e as pessoas que realmente valem a pena. Aos da Banda Podre, aqueles que não tem coragem de nos enfrentar, ou tem raiva da nossa capacidade e que se escondem atrás de pseudônimos, aqui vai o meu escárnio e minha indiferença. Tenho dito!