Todos
nós buscamos por necessidade vital o conhecimento. Conhecer um pouco que seja
sobre algo é fundamental para traçar estratégias de sobrevivência em um mundo
que impõem muitas condições adversas. Mas como tudo o mais na vida, essa busca
não é igualitária nem paritária.
Alguns
têm mais sede, outros se contentam com o superficial para elaborar opiniões
canhestras ou sentir-se parte do mundo. Os mais afoitos desejam ir além,
conhecer profundamente uma área especifica ou abarcar uma carga de conhecimento
extensa e variada em assuntos diversos. Arriscando mergulhos para além das
interpretações triviais e simplistas.
Para
os nosso senso comum esses últimos se tornariam os “gênios da raça”, os outros,
uma sub-espécie de homo sapiens inadaptáveis às condições de sobrevivência do
planeta. Dentre o grupo de gênios, porém, ainda haveria gradações. Uns virariam
enciclopédias andantes, outros intelectuais e, em um nível mais avançado, alguns
atingiriam a condição de sábios.
Em
todos os casos, todavia, a expansão da inteligência comum e a argucia de cada
uma delas, per si, é que definiriam, enfim, os padrões e a “categoria” dos
pensantes.
Um
dado que chama a atenção,contudo, é a tentação de, sendo um portador de alguns conhecimentos,
tomar-se de um poder imaginário. Erigir para si mesmo uma aura de superioridade
sobre os, diríamos, pobres mortais que por alguma razão não conseguem atingir
nem dominar a montanha de conhecimentos acumulados. Esse comportamento é típico
de quem virou enciclopédico, com algum polimento aprendeu a fazer pose de
intelectual e, jamais aprendeu a ser sábio.
Se
assim fosse, saberiam que a simples posse do conhecimento (que convenhamos, é
sempre parcial, limitado e um tanto quanto subjetivo) não torna ninguém
superior e que a humildade é o elemento básico do homem que realmente conhece.
Só ele tem a capacidade de se por acima do seu próprio conhecimento (melhor abaixo,
pelos lados e por dentro dele), percebendo suas imperfeições e, sobretudo,
limitações.
por
Edson de França