sábado, 31 de março de 2007

Louco!

Analine, 2 aninhos, minha sobrinha mais por aderência e afinidade que parentesco, me chama de louco. Em sua linguagem inocente, gira o dedinho gordo em volta da orelha para setenciar sua conclusão. Nataly, 2o e poucos anos, minha aluna do 3º período do Curso de Jornalismo, concorda inteiramente com Analine. Flagrei-a às minhas costas repetindo o gesto analinesco e mundialmente conhecido. Sentença: esse professor é louco.Nunca recebi de tão bom grado uma deferência. Os loucos herdarão a terra. E, mesmo não brigando pelo espólio desse latifundio, quero prezar a loucura. Dos loucos de pedra e a minha própria. E explico porque. Loucos apresentam um indiferença inata por tudo que diz respeito às futilidades humanas, da terra e das convenções. Um ar meio blasé. Uma coisa assim como um boi manso, ruminando, olha para uma garça que alça sua alvíssima figura num vôo elegante, ou para um seu par andante e cagante por natureza. Coisa de louco. E não faz isso por mal, com uma intencionalidade. Faz por que não vê graça nenhuma em cultivar certas leseirices da vida mundana e mesquinha.

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